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Foto do escritorGales Park Hotel

Produção de soja terá salto de 20%

Os agricultores apostam em um regime de chuvas equilibrado, durante a safra de verão, o que pode garantir uma boa colheita. De acordo com o Instituto Meteorológico Simepar, as previsões indicam a atuação do fenômeno El Niño, durante a primavera, que começa, em menos de um mês. Há, no entanto, incertezas sobre a intensidade do evento. O fenômeno, que se repete a cada três anos aproximadamente, é provocado pelo aumento atípico da temperatura superficial das águas do Oceano Pacífico e provoca distorções climáticas no mundo todo. Infestação do 'barriga-verde' preocupa Ontem, o produtor Alécio Rufato interrompeu a reconstrução de terrais, na fazenda dele, na Gleba Pinguim, para verificar a ocorrência do percevejo barriga-verde na palhada que ficou sobre o solo, após a colheita do milho, concluída na semana passada. Na análise, ele constatou que a quantidade do inconveniente inseto é maior a cada ano, o que significa prejuízos cada vez maiores para o milho e a soja. Em apenas alguns palmos de solo, o agricultor pode contar, às dezenas, a quantidade de percevejos. A maioria estava aglomerada onde havia milho brotando de grãos de caíram da colheitadeira. A constatação de Rufato é semelhante à dos demais produtores da região. Segundo Valdir Fries, que planta soja e milho em Itambé, cerca de 10 anos atrás, o barriga-verde era, praticamente, desconhecido na região. Hoje, algumas propriedades de Maringá, Floresta e Doutor Camargo chegaram a ter perdas de cerca de 20% da produtividade do milho safrinha, por causa dos ataques do percevejo. O chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, em Maringá, Romoaldo Carlos Faccin, destaca que o inseto era considerado como de importância secundária. Hoje, porém, já passa à categoria de pragas primárias. Ele acrescenta que barriga-verde ataca também a soja, mas os prejuízos maiores são verificados no milho. O agricultor Rufato afirma que o inseto fica no solo e, quando o milho começa a brotar, ele fura o caule e suga o que está no interior. "Depois do ataque, a planta fica estressada e não se desenvolve mais", ressalta. Como a planta "chupada" não vai produzir e é quase impossível saber quantas plantas morrem, sem crescer, o produtor não tem como mensurar de forma exata o tamanho do prejuízo. Rufato declara que os ataques dos percevejos obrigam os agricultores a usarem cada vez mais inseticidas na lavoura. Há cerca de 10 anos, o defensivo era, praticamente, desnecessário. Depois, passou a ser usado na fase de plantio. "Hoje, a gente usa quando planta, depois quando a planta está com uns 10 centímetros e duas aplicações já não evitam que o barriga-verde cause prejuízos maiores a cada ano", comenta. O aumento de pragas, como o barriga-verde, pode ser resultado de um sistema cada vez mais calcado na monocultura. O chefe do Núcleo da Secretaria da Agricultura lembra que como hoje a rotação de culturas em uma área se limita a soja e milho, insetos que antes tinham um tipo de planta específico para se alimentar se adaptam ante as poucas opções alimentares.

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